Larry: "O vídeo original não funcionou"

Enquanto artistas como Frank Ocean, Rihanna ou Beyoncé estão a procurar novas formas de redefinir lançamentos convencionais de CDs, Britney Spears optou por um lançamento mais tradicional para o seu nono álbum de estúdio, Glory. Para falar sobre a estratégia adotada pela equipa de Britney Spears, o jornal Los Angeles Time entrevistou Larry Rudolph, empresário de Britney, Tom Corson, o presidente da editora RCA Records, e a própria cantora.

“O que não queriamos era um lançamento surpresa a meio da noite”, disse Tom Corson sobre a estratégia da RCA para com “Glory”. “O público pop quer sempre saber algo em antemão. Querem ter algum conhecimento sobre o álbum. Antes da chegada do streaming, teríamos cerca de oito a 12 semanas de planeamento para as principais estrelas globais.”

O período pré-Glory foi condensado numa “margem razoavelmente apertada” com uma divulgação que levou cerca de seis semanas: a performance nos VMAs, a participação no Carpool Karaoke de James Corden, duas atuações para o Today Show tirado do seu show em Vegas, entre outros.

“Queria explorar uma vibe completamente diferente e experimentar coisas novas”, disse Britney por e-mail sobre o projeto. Após a cantora ter cortado parte do material gravado para o CD, ela estava infeliz com a direção que o CD tinha tomado. “É um processo de desenvolvimento”, disse o empresário Larry Rudolph. “Normalmente, as primeiras canções fazem parte daquele período de descoberta… Até chegar ao ponto em que a Britney diz: ‘OK, é isto!”

Karen Kwak é a produtora executiva do álbum e a meta era explorar um som mais urban e eletro-pop que impulsionaram “In The Zone” e “Blackout”, os dois álbuns mais experimentais e aclamados de Spears: “Parecia que estávamos numa maré de sorte após ‘Make Me’. Foi muito entusiasmante para mim”, disse Britney. “O meu amor pela música foi o que me inspirou em querer fazer um álbum incrível que eu pudesse sentir-me orgulhosa e que os meus fãs amassem.”

Apesar dos esforços, o álbum chegou a enfrentar contratempos. A capa lançada foi satirizada pelos próprios fãs e o vídeo dirigido por Randee St. Nicholas para “Make Me…” iniciou uma onda de conspiração na internet, já que foi muito diferente da versão originalmente gravada por David LaChapelle, que acabou por ser exibida parcialmente na internet. Circularam rumores de que Spears teria rejeitado o vídeo porque era sexy demais. Larry conta:

É muito simples. O vídeo simplesmente não funcionou. Esta foi a primeira vez que regravámos um vídeo. Só porque se trata de Britney há todos os tipos de conspirações. Ninguém está a esconder nada.

Além das diversas teorias que circularam na rede, o álbum acabou por ser lançado antes da hora ilegalmente – uma loja do México antecipou o lançamento por engano: “Foi irritante”, disse o presidente da RCA Records. “Mas nos dias de hoje, todo o drama e ansiedade em torno  desses casos é que, enquanto eles estão razoavelmente contidos, podemos controlar e transformar algo mau em algo bom.”