Enquanto estiveres a ler isto, Britney Spears terá conseguido a sua sexta estreia no primeiro lugar com "Femme Fatale", a sua última prestação de um Pop supersónico, uma colecção de canções guiadas por lasers, com quentes misséis. Na verdade, "Femme Fatale" é mais um F-22 Raptor que um álbum.
Se calhar não devia estár feliz que a Britney tenha se encontre novamente no topo dos charts, mas não vivemos em tempos austeros? Não é o futuro estranho que interessa hoje em dia?
Estou a brincar um bocado. Porque, francamente, todas as vezes que a Britney aterra no #1, é como se viajassemos por um buraco de minhocas até 1999, um tempo em que a industria era um esplendor com dinheiro. Foi somente à 12 anos atrás, mas pode ter sido também à 12 milhões.
Nestes dias, ainda temos algumas popstars puras, embora nenhuma seja como a Britney. A Lady GaGa é mais sobre a arte de uma performance, a Katy Perry uma California Gurl, a P!nk é a prima mais velha punk com um monte de tatuagens. Como é frequente na evolução, elas têem evoluido de modo a sobreviver. A Britney é, em muitos caminhos, a origem da espécie (estou a ignorar a Madonna que foi quem abriu as portas para todas as estrelas desta geração enquanto estas mesmas tinham os primeiros dentes). Ela foi - e, eu penso, que é - a tentativa da industria musical de promover uma estrela que é tudo para toda a gente. E todas as vezes em que ela vem como um novo álbum, significa o regresso à era Mesozoica do Pop. Por todos os propósitos, ela pode passar o seu tempo entre álbuns presos em âmbar, à espera de terem o seu DNA extraído por algum cientista.
Compreendo perfeitamente porque é que os seus fans a amam da maneira que amam, sem mencionar que "Femme Fatale" é um grande álbum Pop, uma caixa escura com estrelas com os sons mais fixes que ouvirás durante o ano inteiro. É maravilhoso o modo como ela opera - ao fazer videos caros, espectáculos. Não há ninguém como ela.
Deviamos aproveitar a oportunidade para apreciar Britney Spears e o seu álbum. Ela é a última estrela Pop que ainda se mantém de pé. Havia uma altura em que todos faziam as coisas de uma maneira, agora é ela sózinha. Ela continua a ser tudo para todos e a sua maior preocupação é ser a Britney para sempre.
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