New York Times: “Não foi o regresso de Britney!”

O jornal americano The New York Times publicou ontem uma matéria sobre a participação de Britney na série “How I Met Your Mother”, deixando claro que para eles isso não foi um regresso, aproveitando para pegar pesado com a cantora. O site Terra traduziu a reportagem na íntegra. Confira:

Triste, alucinada ou tentando ao máximo se comportar, Britney Spears continua capaz de atrair audiências. A questão, na segunda-feira, era determinar que audiência. E é esclarecedor descobrir onde essa estrela pop em decadência se enquadra, na implacável escala televisiva de redenção de celebridades.

A pequena participação especial que ela fez em “How I Met Your Mother”, uma série de humor da rede de TV CBS, beneficiou muito o programa: sua presença deu ao seriado os mais elevados índices de audiência do ano. Mas isso não significa que Spears esteja bem de novo, e a caminho de recuperar a passada glória.

As coisas poderiam ter sido piores, e o mundo do espetáculo já assistiu a quedas muito maiores. Spears não precisou se submeter a humilhações em um reality show como The Surreal Life, ou fazer uma participação com cara de chapada em Celebrity Rehab With Dr. Drew.

A CBS lhe ofereceu um papel como recepcionista no elenco de uma série cômica de modesto sucesso, ainda que ela nem mesmo tenha recebido o maior destaque entre os astros convidados, já que essa posição coube a Sarah Chalke, estrela da série Scrubs, da NBC.

O papel pequeno e cuidadosamente ajustado - o de uma recepcionista tímida que usa óculos grossos e se encanta com Ted (Josh Radnor) - não bastará para recarregar sua carreira ou reparar os danos à sua reputação, ainda que ela tenha demonstrado desempenho satisfatório.

Uma das falas do personagem serviu de teste para determinar se ainda era cedo demais para que ela fizesse piadas rudes sobre a imagem negativa que ganhou: o personagem de Spears pergunta ao conquistador da série, Barney (Neil Patrick Harris) se eles poderiam fazer sexo antes de ir às compras. (Sim, é cedo demais.)

Mas o simples fato de que ela tenha decorado as falas já foi um alívio. A mais duradoura imagem de Spears na TV, nos últimos meses, era a da cantora amarrada a uma padiola.

Mas as plataformas mais promissoras para o retorno de artistas maculados ou esquecidos são as competições promovidas pelas redes de TV, como Dancing with the Stars, da ABC. A série (e suas muitas imitações) mostram de maneira escancarada os altos e baixos do show business; cada número de dança serve como metáfora rítmica para a queda, para o esforço, e para o perdão. Priscilla Presley e Monica Selles ressuscitaram como celebridades ao fazer o programa, na temporada em curso; no ano passado, Heather Mills, então envolvida em uma séria batalha de divórcio contra Paul McCartney e no auge de sua impopularidade, dançou usando uma perna mecânica, e conseguiu conquistar as audiências dos Estados Unidos ¿pelo menos por algum tempo.

Seriados cômicos de TV não são tão úteis: a presença de um astro convidado pode elevar a audiência e atrair atenção, mas não necessariamente resulta em prestígio restaurado. Spears demonstrou que, por alguns minutos, ela consegue fazer o papel de outra pessoa. Mas ainda não lhe foi dada a oportunidade de demonstrar que voltou a ser ela mesma.

“How I Met Your Mother” não sinalizou o retorno de Britney Spears. No máximo, sinalizou que ela está de licença.